Ao triste estado
Frei Agostinho da Cruz
Passa por este vale a primavera,
As aves cantam, plantas enverdecem,
As flores pelo campo aparecem,
O mais alto do louro abraça a hera.
Abranda o mar, menor tributo espera
Dos rios, que mais brandamente decem,
Os dias mais fermosos amanhecem,
Não para mim, que sou quem dantes era.
Espanta-me o porvir, temo o passado,
A mágoa choro dum, doutro a lembrança,
Sem ter já que esperar nem perder.
Mal se pode mudar tão triste estado,
Pois para bem não pode haver mudança,
E para maior mal não pode ser.
Frei Agostinho da Cruz
Passa por este vale a primavera,
As aves cantam, plantas enverdecem,
As flores pelo campo aparecem,
O mais alto do louro abraça a hera.
Abranda o mar, menor tributo espera
Dos rios, que mais brandamente decem,
Os dias mais fermosos amanhecem,
Não para mim, que sou quem dantes era.
Espanta-me o porvir, temo o passado,
A mágoa choro dum, doutro a lembrança,
Sem ter já que esperar nem perder.
Mal se pode mudar tão triste estado,
Pois para bem não pode haver mudança,
E para maior mal não pode ser.
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